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Certificação Energética: Por Que É Essencial Antes De Vender Imóveis

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Certificação Energética: Por Que É Essencial Antes De Vender Imóveis

Certificação energética: Por que é essencial antes de vender imóveis

A certificação energética de edifícios tornou-se, nas últimas décadas, um dos pilares fundamentais do mercado imobiliário em Portugal. Não apenas constitui um requisito legal indispensável para a venda de imóveis, mas também se apresenta como uma ferramenta de transparência que informa compradores e proprietários sobre os níveis de eficiência energética de cada edifício. Para além de facilitar a negociação, a existência deste documento encoraja a adoção de medidas que contribuem para a sustentabilidade, redução de custos e melhoria da qualidade de vida dentro de casa. Nos parágrafos que se seguem, investigaremos as bases legais da certificação, o seu papel na valorização de imóveis, a importância para o meio ambiente e muito mais. Acompanhe uma análise em profundidade sobre por que este é um tema incontornável para quem procura vender, comprar ou simplesmente conhecer melhor o panorama da habitação em Portugal.

A importância da certificação energética no mercado imobiliário

Parágrafo 1.
A relevância da certificação energética tem crescido exponencialmente em resposta às exigências dos consumidores e do próprio enquadramento legal. Em Portugal, qualquer propriedade colocada à venda ou para arrendamento deve exibir o seu certificado energético, garantindo transparência no consumo e na eficiência térmica do imóvel. Esta política não apenas visa proteger o comprador, que passa a ter acesso à informação sobre os consumos estimados de energia, mas também incentiva o vendedor a promover melhorias no desempenho energético, aumentando o valor potencial de mercado do seu imóvel.

Parágrafo 2.
Quando falamos em “mercado imobiliário”, convém recordar que este abrange desde grandes centros urbanos até zonas mais rurais, cada qual com as suas particularidades. Em áreas urbanas, onde o custo de vida e a despesa energética podem ser mais elevados, a existência de um certificado energético de classe A ou B pode ser um diferencial substancial na hora de captar o interesse de potenciais compradores. Já em zonas rurais, a certificação poderá representar uma oportunidade de refletir sobre a qualidade de construção das habitações antigas, frequentemente concebidas sem grandes preocupações de isolamento térmico.

Parágrafo 3.
O mercado, de modo geral, tem valorizado cada vez mais imóveis eficientes, que proporcionem conforto térmico e reduzam os custos de aquecimento e refrigeração ao longo do ano. Assim, a certificação não é apenas uma questão burocrática, mas um verdadeiro aval de qualidade que pode ser determinante na decisão de compra. Num contexto em que a sustentabilidade e a poupança de recursos energéticos são prioridades globais, a etiqueta energética de uma casa funciona como um selo de garantia para o comprador, assegurando-lhe que o imóvel foi submetido a uma avaliação especializada e cumpre determinados parâmetros.

Parágrafo 4.
Para o vendedor, a obtenção de uma boa classificação energética pode representar um incremento significativo no valor do imóvel. Por vezes, são necessárias apenas pequenas melhorias na habitação, como a instalação de janelas de vidro duplo ou a substituição de sistemas de aquecimento antigos por equipamentos mais eficientes, para que a casa passe de uma classificação mediana para uma muito positiva. Esses investimentos, muitas vezes relativamente modestos, resultam numa valorização concreta do imóvel no momento da venda.

Parágrafo 5.
Em suma, a certificação energética cumpre uma dupla função: por um lado, protege o comprador, esclarecendo-o sobre os custos energéticos futuros e o impacto ambiental do imóvel, e, por outro, encoraja o vendedor a investir em tecnologias e soluções sustentáveis. O resultado é um mercado mais transparente, onde a informação é partilhada e a concorrência obriga cada agente a elevar os seus padrões de qualidade. Isso, por sua vez, reflete-se numa oferta habitacional mais sustentável, orientada para a eficiência e para o bem-estar dos ocupantes.

Fundamentos legais e contexto histórico em Portugal

Parágrafo 6.
A ideia de criar um sistema de certificação energética para edifícios surgiu no seio da União Europeia como parte das medidas para combater as alterações climáticas e reduzir a dependência de combustíveis fósseis. Foi através da diretiva europeia 2002/91/CE, também conhecida como Diretiva EPBD (Energy Performance of Buildings Directive), que se iniciou o processo de implementação obrigatória de sistemas de certificação energética nos Estados-Membros. Portugal, alinhado com este movimento, adaptou a sua legislação para introduzir o Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior nos Edifícios (SCE).

Parágrafo 7.
Nos primeiros anos, muitos proprietários desconheciam as implicações concretas desta legislação, e o processo de certificação energética era visto como mais uma formalidade na venda de imóveis. Contudo, com o avanço do tempo e a consciencialização crescente sobre os gastos energéticos, a perceção popular alterou-se. Hoje, sabe-se que, muito além de um simples documento, o certificado energético reflete a qualidade de construção, a existência (ou não) de soluções eficientes de climatização e até a própria saúde do edifício no que toca à ventilação e qualidade do ar.

Parágrafo 8.
A evolução histórica deste sistema também espelha mudanças significativas no setor da construção civil em Portugal. Desde a crise económica de 2008 até à retoma do mercado imobiliário, houve uma crescente preocupação em construir e renovar edifícios com materiais e processos mais sustentáveis. Simultaneamente, medidas como incentivos fiscais e linhas de financiamento para a eficiência energética levaram à modernização de muitas habitações, especialmente na substituição de caixilharias, no reforço de isolamentos térmicos e na adoção de energias renováveis.

Parágrafo 9.
No plano legal, a certificação energética é hoje obrigatória sempre que se coloca um imóvel à venda ou em arrendamento de longa duração. O não cumprimento desta exigência pode resultar em coimas significativas para o proprietário ou para o promotor responsável pelo imóvel. Além disso, a informação sobre a classe energética deve estar visível em todos os anúncios de promoção do imóvel, sejam eles físicos ou online, reforçando a transparência no processo de negociação.

Parágrafo 10.
O contexto histórico e legal mostra, portanto, que a certificação energética não surgiu de forma arbitrária, mas como parte de uma estratégia nacional e europeia para alcançar metas de redução de emissões de CO₂ e para aumentar a eficiência energética. Esta trajetória explica por que a certificação se tornou um componente essencial do mercado imobiliário em Portugal e por que é crucial que proprietários e compradores estejam familiarizados com os seus princípios básicos, critérios de avaliação e implicações legais.

O processo de certificação energética: Passo a passo

Parágrafo 11.
Para muitos proprietários, a certificação energética pode parecer um procedimento complexo. Contudo, o seu processo segue etapas bem definidas, garantindo resultados fiáveis e padronizados. Antes de mais, o proprietário deve contactar um perito qualificado, também designado por “perito certificado”, que será o responsável pela inspeção técnica do imóvel. É fundamental escolher um profissional devidamente habilitado pelo Sistema Nacional de Certificação Energética, pois só estes têm autoridade legal para emitir o documento.

Parágrafo 12.
Uma vez contratado o perito, dá-se início à auditoria do imóvel. Nesse momento, o profissional verifica diversos aspetos: tipo de construção, sistemas de aquecimento e arrefecimento, ventilação, isolamento térmico, janelas e portas, fontes de energia utilizadas e eventuais sistemas de produção de energia renovável. Quanto mais detalhada for a informação fornecida pelo proprietário, mais precisa será a avaliação. Também é comum que o perito solicite plantas do imóvel e documentos que demonstrem obras de remodelação ou instalação de equipamentos de eficiência energética.

Parágrafo 13.
Após a recolha das informações, o perito utiliza um software específico reconhecido pela entidade reguladora (atualmente, a ADENE – Agência para a Energia) para calcular a classe energética do imóvel. O sistema atribui uma classificação que varia de A+ (mais eficiente) até G (menos eficiente), tendo em conta fatores como a zona climática onde se localiza a habitação, a orientação solar, o tipo de equipamentos de climatização, a existência de isolamento e a qualidade das caixilharias. Este cálculo é suportado por algoritmos técnicos alinhados com a legislação europeia.

Parágrafo 14.
O resultado é, então, expresso no Certificado Energético, onde consta a classe atribuída e uma análise sumária dos pontos fortes e fracos do imóvel. O documento inclui ainda recomendações para melhorar a eficiência energética, como a instalação de painéis solares, a substituição de sistemas de aquecimento ou a reforço de isolamento. Estas sugestões não são vinculativas, mas podem ser extremamente úteis para proprietários que desejem valorizar o seu imóvel, já que a implementação de melhorias pode elevar a classificação energética em futuras reavaliações.

Parágrafo 15.
Depois de emitido, o certificado tem validade durante 10 anos para habitações familiares. Caso o proprietário realize obras de grande envergadura que alterem substancialmente o desempenho energético, poderá solicitar uma reavaliação antes do fim do prazo, beneficiando das melhorias efetuadas. É aconselhável guardar o documento em local seguro, já que este deve ser apresentado a potenciais compradores ou arrendatários. Em contexto de venda, o certificado é igualmente necessário para a escritura, e qualquer anúncio público deve mencionar a classe energética atribuída.

Benefícios para proprietários e compradores

Parágrafo 16.
A certificação energética oferece uma série de vantagens tanto para quem está a vender como para quem pretende comprar um imóvel. Para os proprietários que desejam colocar a casa no mercado, o documento é uma forma de demonstrar transparência e compromisso com a qualidade. A publicação do certificado e respetiva classe energética funciona como um cartão de visita, evidenciando o nível de conforto térmico e o potencial de poupança nas faturas de eletricidade ou gás. Isto é especialmente relevante num mercado competitivo, em que os compradores analisam múltiplas opções.

Parágrafo 17.
Um outro benefício significativo para o proprietário é a possibilidade de identificar pontos de melhoria no imóvel. A auditoria realizada pelo perito oferece um diagnóstico técnico minucioso, apontando locais onde o isolamento térmico pode ser reforçado, janelas que necessitam de substituição ou sistemas de climatização que podem ser modernizados. Ao implementar algumas dessas medidas, o proprietário não só melhora o desempenho energético do imóvel, como também o valoriza para futura venda ou arrendamento.

Parágrafo 18.
Do lado do comprador, a certificação energética funciona como um guia confiável sobre os custos futuros de manter o imóvel climatizado. Uma habitação com classificação A ou B tende a apresentar custos de aquecimento e refrigeração substancialmente menores do que uma com classificação E ou F, por exemplo. Para além disso, o comprador tem a garantia de que o imóvel foi inspecionado por um profissional independente, o que reduz a incerteza acerca da qualidade dos sistemas de aquecimento, ventilação e isolamento.

Parágrafo 19.
Adicionalmente, a certificação energética promove a sustentabilidade, um ponto cada vez mais valorizado pelas gerações atuais de consumidores. Ao optar por um imóvel energeticamente eficiente, o comprador está a contribuir para a redução da pegada de carbono, numa altura em que a consciência ambiental se torna cada vez mais relevante. Assim, os benefícios da certificação não se restringem ao âmbito financeiro, mas estendem-se à responsabilidade social e ecológica, fatores que pesam para muitas famílias na hora de fechar negócio.

Parágrafo 20.
Em síntese, o certificado energético atua como um atestado de confiança que beneficia ambas as partes envolvidas na transação imobiliária. Para o vendedor, é uma forma de valorizar o imóvel e demonstrar cuidado com a manutenção e eficiência dos sistemas. Para o comprador, representa um instrumento de decisão informado, orientado tanto para a poupança a longo prazo como para a sustentabilidade ambiental. É, portanto, um elemento incontornável no atual panorama do mercado imobiliário em Portugal.

Certificação Energética em Portugal: Saiba Por Que É Essencial Antes De Vender
Certificação Energética em Portugal: Saiba Por Que É Essencial Antes De Vender

Impacto na valorização e competitividade do imóvel

Parágrafo 21.
A valorização de um imóvel no mercado depende de múltiplos fatores, como localização, estado de conservação e dimensões. Porém, nas últimas décadas, a eficiência energética tem ganho um peso crescente. Uma casa bem isolada, com janelas de qualidade e equipamentos eficientes de aquecimento, tende a alcançar um preço de venda mais elevado ou, pelo menos, a atrair ofertas mais rapidamente. As razões para esse fenómeno são várias, mas prendem-se essencialmente com a perceção de longo prazo: um imóvel eficiente traduz-se em contas mensais mais baixas e maior conforto térmico.

Parágrafo 22.
A competitividade do imóvel no mercado também é incrementada pela existência de uma boa classificação energética. Num universo de possíveis compradores, muitos procuram soluções habitacionais que lhes permitam poupar nos custos de eletricidade e aquecimento, sobretudo em regiões com invernos rigorosos ou verões escaldantes. Assim, é natural que um imóvel classificado em níveis superiores chame a atenção de forma mais imediata, especialmente quando comparado com outro, com características semelhantes, mas menor eficiência.

Parágrafo 23.
Há que destacar que, por vezes, pequenas intervenções podem conduzir a saltos significativos na classificação energética. A instalação de painéis solares térmicos para aquecimento de água, por exemplo, pode ser suficiente para elevar a pontuação do certificado. O mesmo acontece com a substituição de lâmpadas incandescentes por modelos LED em todos os espaços comuns, ou a adoção de sistemas de ar condicionado de classe A+. Embora cada caso deva ser avaliado individualmente, torna-se claro que o retorno do investimento em eficiência tende a ser refletido no valor de mercado do imóvel.

Parágrafo 24.
Para além do valor monetário, a competitividade também se manifesta na rapidez com que uma casa se vende. Imóveis com melhor classe energética têm, em geral, menor tempo de permanência no mercado. Isto acontece porque os compradores estão mais atentos aos pormenores que garantem conforto e poupança de longo prazo. Neste sentido, o certificado energético serve de atalho para demonstrar essas qualidades, evitando que o vendedor tenha de explicar todos os detalhes técnicos de cada sistema instalado.

Parágrafo 25.
Como resultado, pode-se afirmar que a eficiência energética se tornou uma verdadeira moeda no setor imobiliário português. Cada vez mais, as pessoas estão dispostas a pagar um pouco mais por uma habitação que ofereça conforto térmico, faturas reduzidas e impacto ambiental minimizado. Ao obter um certificado energético de boa qualidade, o proprietário não só cumpre a obrigação legal, mas também se posiciona de forma competitiva num mercado em transformação, onde a consciência acerca das questões ambientais e do custo de vida se torna um fator decisivo.

Questões ambientais e sustentabilidade

Parágrafo 26.
A certificação energética está intrinsecamente ligada a uma visão global de sustentabilidade, pois reflete práticas de construção e de habitação que têm impacto direto no consumo de recursos naturais. À medida que o mundo enfrenta desafios crescentes como as alterações climáticas e a redução das reservas de combustíveis fósseis, torna-se cada vez mais premente adotar estratégias que privilegiem a eficiência. Em Portugal, onde as temperaturas podem variar bastante consoante a região e a estação do ano, o desperdício de energia em aquecimento e arrefecimento dos edifícios tem consequências não só económicas, mas também ambientais.

Parágrafo 27.
Uma classificação energética mais alta indica, via de regra, que a construção foi executada com materiais e métodos mais responsáveis, reduzindo o consumo energético necessário para manter um ambiente interior confortável. Este compromisso não diz apenas respeito aos edifícios novos, mas também à reabilitação do parque habitacional existente. À medida que o país renova prédios e moradias antigas, a adoção de soluções sustentáveis, como isolamento reforçado, sistemas de ventilação naturais e recurso a energias renováveis, torna-se essencial para reduzir a pegada de carbono.

Parágrafo 28.
Por falar em energias renováveis, muitas destas soluções estão hoje cada vez mais acessíveis ao cidadão comum. A instalação de painéis fotovoltaicos para produção de eletricidade ou de painéis solares térmicos para aquecimento de água é um exemplo claro de como se pode melhorar o desempenho energético de uma habitação, reduzir as contas mensais e, simultaneamente, contribuir para a preservação do ambiente. Além disso, programas governamentais e fundos comunitários, em determinadas épocas, oferecem apoios para a implementação dessas tecnologias, fazendo com que o retorno do investimento seja mais rápido.

Parágrafo 29.
A sustentabilidade não se reduz apenas ao gasto energético: integra também a qualidade do ar e a redução de emissões poluentes. Um edifício eficiente pode implicar menor queima de combustíveis fósseis e, por conseguinte, menos emissões de gases de efeito de estufa. Para o proprietário que se preocupa com o legado que deixa às gerações futuras, o certificado energético representa, por isso, um símbolo de responsabilidade ambiental e social. De notar que, em muitas localidades, há uma preocupação crescente na construção ou renovação de edifícios de forma a mitigar os efeitos extremos de calor ou frio, ao mesmo tempo que se diminui a carga sobre a rede elétrica em picos de consumo.

Parágrafo 30.
Nesse sentido, a certificação energética alinha-se com objetivos mais amplos de preservação ambiental, estabelecidos tanto a nível nacional como internacional. À medida que as metas de neutralidade carbónica se tornam mais urgentes, espera-se que cada vez mais edifícios em Portugal invistam em soluções ecológicas, antecipando as exigências legais que poderão ser reforçadas no futuro. Assim, ao pensar na certificação energética, não se trata apenas de cumprir a lei ou de melhorar o valor do imóvel, mas também de contribuir para um país e um planeta mais equilibrados.

Mitos, desafios e soluções

Parágrafo 31.
Apesar de todos os benefícios demonstrados, a certificação energética ainda é alvo de alguns mitos e equívocos. Um dos mais comuns é a ideia de que apenas imóveis de construção recente podem alcançar boas classificações. Na prática, há edifícios antigos que, graças a investimentos estratégicos em isolamento, janelas eficientes ou sistemas de aquecimento modernos, conseguem melhorar drasticamente o seu desempenho energético. Outro mito frequente é que o certificado energético não passa de um documento burocrático, sem impacto real na vida dos ocupantes.

Parágrafo 32.
Um dos desafios principais prende-se com o custo inicial das melhorias para alcançar uma boa classificação. De facto, certas intervenções, como a substituição de todo o sistema de caixilharia ou a instalação de painéis fotovoltaicos, podem representar um investimento considerável. No entanto, existem soluções faseadas para quem não pode despender de um valor elevado de uma só vez: optar por trocar as janelas de forma gradual ou recorrer a linhas de crédito específicas para a eficiência energética, por exemplo. Além disso, a longo prazo, essas intervenções acabam por gerar poupanças significativas nas contas de energia e aumentam o valor de revenda do imóvel.

Parágrafo 33.
Outro ponto que suscita dúvidas diz respeito à fiabilidade da avaliação do perito. Neste aspeto, é importante sublinhar que os profissionais habilitados seguem métodos e normas padronizadas, utilizando software homologado pela ADENE. Embora haja sempre uma margem de interpretação em qualquer inspeção técnica, o sistema de certificação energética em Portugal foi desenhado para garantir uniformidade nos critérios de avaliação. É por isso que selecionar um perito devidamente reconhecido é crucial para evitar avaliações incorretas.

Parágrafo 34.
Muitos proprietários questionam também qual o verdadeiro impacto prático de ter uma classificação mais alta. Para além de poderem reduzir despesas mensais, ter uma melhor avaliação energética pode influenciar significativamente o valor do imóvel, a velocidade de venda e até a qualidade de vida de quem o habita. Um exemplo prático: uma casa com bom isolamento mantém a temperatura agradável por mais tempo, reduzindo a necessidade de sistemas de aquecimento ou refrigeração contínuos. Além disso, a humidade e o bolor, problemas frequentes em construções mal isoladas, tornam-se menos comuns, melhorando o ambiente interior.

Parágrafo 35.
Por fim, as soluções para ultrapassar esses desafios passam por uma conjugação de vontade do proprietário, apoio de técnicos especializados e, em alguns casos, incentivos governamentais. Conhecer os mitos ajuda a clarificar os receios infundados e a realçar os benefícios concretos. Desta forma, as intervenções em melhoria energética deixam de ser encaradas como custos adicionais e passam a ser vistas como investimentos que, para além do retorno financeiro, oferecem maior conforto e sustentabilidade.

Perspetivas futuras: Evolução e tendências

Parágrafo 36.
O futuro da certificação energética em Portugal e na Europa caminha no sentido de normas cada vez mais exigentes. A União Europeia, comprometida com a redução de emissões de gases de efeito de estufa e com a promoção de uma economia verde, irá provavelmente intensificar a fiscalização e os critérios para atribuição das classes energéticas. A introdução de edifícios de balanço energético quase nulo (nZEB), onde o consumo de energia é praticamente compensado pela produção própria, é um bom indicador das tendências que se avizinham.

Parágrafo 37.
Uma vertente que tem ganhado força é a da digitalização do processo de certificação. Existe a possibilidade de, em breve, todo o processo de recolha de dados e emissão do certificado ser otimizado por ferramentas digitais, permitindo um registo mais rápido e preciso. A adoção de sistemas de monitorização em tempo real do desempenho energético também poderá vir a ser integrada na metodologia de avaliação, fornecendo informações ainda mais detalhadas sobre os consumos e as eficiências efetivas de cada edifício ao longo do tempo.

Parágrafo 38.
O mercado imobiliário, por seu lado, tende a adaptar-se às exigências legais e às preferências dos consumidores. À medida que o tema das alterações climáticas se torna mais urgente, o comprador médio valoriza cada vez mais a sustentabilidade e a eficiência. Com esta procura crescente, os promotores imobiliários e construtoras que investirem em projetos ecoeficientes terão vantagem competitiva. Assim, não é de estranhar que as novas construções surjam já com certificações elevadas, aproveitando materiais inovadores e soluções tecnológicas que reduzem significativamente o consumo energético.

Parágrafo 39.
Além disso, a reabilitação urbana tem sido uma forte aposta em cidades como Lisboa e Porto, transformando edifícios antigos em espaços modernos e eficientes. Esta tendência, provavelmente, continuará a crescer, uma vez que os centros históricos são um património cultural valioso e cada vez mais procurado por residentes e investidores estrangeiros. Neste contexto, a certificação energética desempenha um papel crucial, pois garante que as obras de renovação sigam padrões que melhoram o desempenho energético sem comprometer o valor histórico da construção.

Parágrafo 40.
Em suma, as perspetivas futuras apontam para uma consolidação da certificação energética como parte indissociável do mercado imobiliário. As metas ambientais e a consciência social para a sustentabilidade, aliadas à inevitável modernização dos processos de construção e avaliação, significam que quem queira vender ou comprar imóveis em Portugal deve estar atento a este tema. A certificação não é apenas uma obrigação presente, mas também uma janela para o que será a habitação do futuro: eficiente, cómoda e em sintonia com as necessidades ambientais do planeta.

Conclusão e principais recomendações

Parágrafo 41.
A certificação energética surge, assim, como um alicerce essencial na comercialização de imóveis em Portugal. Desde a sua origem legal, vinculada a diretrizes europeias, até à forma como impacta diretamente o conforto, a valorização e a sustentabilidade de cada habitação, este processo revela-se não apenas uma obrigatoriedade burocrática, mas um verdadeiro indicador de qualidade e eficiência. Quem vende beneficia da possibilidade de destacar o seu imóvel no mercado, enquanto quem compra usufrui de uma ferramenta de transparência e de orientação para tomadas de decisão acertadas.

Parágrafo 42.
Dada a importância do tema, a principal recomendação é que proprietários e profissionais do setor imobiliário se mantenham informados sobre as melhores práticas e atualizações legislativas. A escolha de um perito certificado competente é fundamental para garantir a veracidade e fiabilidade do processo. Por outro lado, para melhorar a classificação energética, não é necessário, em muitos casos, fazer intervenções de grande escala. Medidas simples e faseadas, como reforçar janelas e portas, ou adotar sistemas de aquecimento mais modernos, podem produzir resultados significativos.

Parágrafo 43.
Não menos importante é a perspetiva ambiental. Num mundo cada vez mais consciente das consequências das alterações climáticas, a eficiência energética assume um papel social e moral. Ao investir num imóvel com boa classificação ou ao otimizar uma casa antiga para alcançar melhores padrões, cada cidadão contribui para a redução das emissões de CO₂ e para a construção de um futuro mais sustentável. Essa consciência é cada vez mais partilhada por compradores, especialmente pelas gerações mais jovens, que veem na certificação energética uma forma de medir o compromisso de um proprietário com o planeta.

Parágrafo 44.
Portanto, se está a pensar vender o seu imóvel, vale a pena analisar cuidadosamente o estado energético da habitação e ponderar eventuais melhorias antes de contactar um perito. Mesmo intervenções básicas podem colocar o imóvel noutro patamar de classificação, refletindo-se na obtenção de um valor superior de mercado e numa venda mais rápida. Da mesma forma, quem compra deve olhar para o certificado como um indicador de longo prazo, não só de poupança, mas também de conforto e saúde para toda a família.

Parágrafo 45.
Em jeito de fecho, a certificação energética é, em última análise, um reflexo de como cada imóvel se posiciona num mercado cada vez mais exigente e preocupado com a sustentabilidade. Mais do que um documento, é um passaporte para a inovação, para a poupança e para a responsabilidade ambiental. Ao cumprir esta exigência legal, está também a investir num futuro habitacional mais consciente e sustentável, em sintonia com as metas nacionais e europeias de redução de emissões e de eficiência de recursos.